O Sr. K acordou cedo. O céu ainda estava estrelado mas aquele estrelado pontilhado que se deve à distorção da visão causada por irregularidades na superfície da córnea. O Sr. K sorriu com um sentimento de conforto ao pensar no seu pequeno astigmatismo igual ou de menor grau ao dos restantes Srs. Ks. Sem grandes demoras saiu do seu castelo e partiu à procura da sua cara Bina.
castelo do Sr. K Ao passar pelo pântano parou junto ao Sr. Sapo para saber se este sabia algo sobre o paradeiro da sua cara Bina. No entanto o Sr. Sapo não parava de soluçar e jorrava abundantemente liquido salino dos seus canais lacrimais que banhava copiasamente a superfície dos seus olhos (mantendo-os húmidos e repletos de anti-corpos protegendo-o de infecções e conferindo-lhe um ar de coitadito).
O Sr. K com o seu grande coração decidiu confortar o sapo, pelo que entrou em coloquial cavaqueira com o batráquio, da qual fica aqui um trecho:
- "sniff, sniff. Estou numa escola para analfabetos e toda a gente goza comigo porque tenho problemas a ler. Será que preciso de óculos? Um sapo de óculos não é um sapo digno deste pântano."
- "Não se preocupe Sr. Sapo. Geralmente a causa para a leitura lenta é apenas ocular. Provavelmente tem confusão na dominância cerebral..."
E ouvindo isto o Sr. Sapo limpou as suas lágrimas e disse:
- "Essa foi a coisa mais simpática que já me disseram até hoje."
Afinal de contas o Sr. Sapo nada sabia sobre a cara Bina do Sr. K. E mesmo que soubesse, a sua confusão na dominância cerebral talvez não lhe permitisse articular qualquer tipo de informação sobre esta.
Sr. K. já um pouco desesperado continuou a andar pelo pântano fora até chegar às portas da cidade. Ai entrou na loja de "fazedores de armas" e não é que para seu espanto e felicidade encontrou a sua cara Bina.
A vida tem coisas destas!!
É uma estória bonita. Espero que a Pixar faça um filme e me encha os bolsos de ouro pelos direitos de autor.